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21 junho 2020

A tecnologia nos conflitos modernos e os ensinamentos para as Forças Armadas do Brasil


Por TC Maurício José Lopes de Oliveira *

O início do ano de 2020 traz importantes reflexões e ensinamentos para o Estado brasileiro: de que forma as Forças Armadas brasileiras vêm se preparando para a guerra do futuro? Os oficiais e as praças visualizam como as características do combate moderno vêm se tornando cada vez mais dependentes do aspecto tecnológico? Essas são duas perguntas que não podem sair da mente dos militares brasileiros. O transformar das nossas Forças Armadas será fator decisório para o Brasil desempenhar o papel de líder regional no âmbito da América do Sul daqui para a frente.

24 janeiro 2020

Brasil deve ganhar acesso a fundo de US$ 100 bi dos EUA na área de defesa


Por Daniel Rittner

Após a designação do Brasil como aliado preferencial Extra-Otan pelos Estados Unidos, os dois países tentam fechar acordo de cooperação militar que pode dar às empresas brasileiras de defesa acesso a um fundo americano de quase US$ 100 bilhões anuais para o desenvolvimento de produtos na vanguarda tecnológica do setor.

29 agosto 2019

A nossa Amazônia


Por Antonio Hamilton Martins Mourão – Vice-Presidente da República

No contexto de uma campanha internacional movida contra o Brasil, ressurgiu a antiga pretensão de relativizar, ou mesmo neutralizar, a soberania brasileira sobre a parte da região amazônica que nos cabe, a nossa Amazônia.

Acusações de maus tratos a indígenas, uso indevido do solo, desflorestamento descontrolado e inação governamental perante queimadas sazonais compõem o leque da infâmia despejada sobre o País, a que se juntou, a nota diplomática do governo francês ofensiva ao presidente da República e aos brasileiros.


O Brasil não mente. E tampouco seu presidente, seu governo e suas instituições. Em primeiro lugar porque o Brasil tem a seu lado a História, sobre a qual, em consideração à memória nacional, devemos nos debruçar.

A Amazônia que nos pertence foi conquistada no tempo em que só a ação intimorata garantia direitos. Depois da expulsão dos franceses de São Luís (1615) e da fundação do forte do Presépio, a futura Belém (1616), corsários ingleses e holandeses foram combatidos e expulsos da foz do rio Amazonas. A União Ibérica (1580-1640) ofereceu oportunidade para que bandeirantes e exploradores rompessem as Tordesilhas, um desenvolvimento histórico que tem na primeira navegação da foz à nascente do Amazonas (1637), façanha cometida por Pedro Teixeira, seu marco definitivo.

Foram fortalezas que prefiguraram a ocupação e a delimitação da Amazônia brasileira. Foi a catequese que aglutinou os indígenas sob a proteção da cruz, favorecendo a miscigenação que fomentou o povoamento da região. A fundação do forte de São José do Rio Negro, na confluência do rio Negro com o Solimões (1663), reuniu em seu entorno índios barés, baniuas e passés, dando origem à povoação que viria a se transformar na cidade de Manaus.

Após a Independência, em nossa primeira legislatura, quando a pretensão estrangeira de impor um monopólio de navegação no Amazonas ousou atribuir aos brasileiros a pecha de ignorantes, coube ao Senado devolvê-la lembrando que cabia aos brasileiros a primazia dos descobrimentos sobre a região, conforme atestado pelo próprio Humbolt.

E no início do século XX, enquanto a Europa se dilacerava nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, um dos nossos maiores soldados, Cândido Mariano da Silva Rondon, completava sua campanha sertanista (1915-1919) no Mato Grosso levantando cartograficamente os vales do Araguaia e as cabeceiras do Xingu; descobrindo minas de sulfeto de ferro, ouro, diamantes, manganês, gipsita, ferro e mica; e o mais importante, fazendo amigas as nações nhambiquara, barbados, quepi-quepi-uats, pauatês, tacuatés, ipoti-uats, urumis, ariquemes e urupás que ao final da ciclópica empreitada apontavam para as armas dos exploradores e diziam: “enombô, paranã! Dorokói pendehê”(joguem no rio, a guerra acabou).

Epopeia consumada, mas por concluir, na qual o Brasil jamais prescindiu da cooperação das nações condôminas desse patrimônio reunidas no Pacto Amazônico, que comemorou, no ano passado, 40 anos de sua assinatura, o qual, pela sua finalidade e clareza de propósitos, dispensa protagonismos de última hora movidos por interesses inconfessáveis. Se existisse algum protagonismo nacional na Amazônia sul-americana compartilhada por nove países, algo que o Brasil nunca avocou, ele seria, pelos números, pela presença e pela História, brasileiro.

Se a História dá razão ao Brasil em qualquer debate sobre a Amazônia, cabe colocar, em segundo lugar, que ele tem a seu favor os fatos.

Não há país que combine legislação ambiental, produtividade agropecuária, segurança alimentar e preservação dos biomas com mais eficiência, eficácia e efetividade do que o Brasil. Não bastassem todos os dados legais e científicos, sobejamente conhecidos, que comprovam essa assertiva, tomem-se, não as palavras, mas os atos do governo brasileiro no sentido de combater queimadas e apurar crimes de toda natureza praticados na região amazônica, o que desqualifica as desproporcionais acusações e agressões desferidas contra o País por causa do meio ambiente.

E se não bastassem a História e os fatos, cabe apontar o que se revela nas declarações oficiais, nas confidências mal escondidas, nas entrelinhas dos comunicados e no ecorradicalismo incensado pela imprensa: a velha ambição disfarçada por filantropia de fachada.

É inacreditável que, em um momento no qual guerras comerciais e protecionismos turvam o horizonte mundial, e sejam publicamente condenados em todas as instâncias internacionais responsáveis, líderes de países europeus venham, individualmente ou em conjunto, tomar inciativas contra o livre comércio, procurando sabotar acordos históricos como o firmado entre a União Europeia e o Mercosul e entre este e os países do Efta (Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein).

Como é inacreditável que pessoas que até pouco tempo ocupavam cargos públicos se esqueçam de uma das linhas mestras da diplomacia do Brasil, a de preservar a liberdade de interpretar a realidade do País e de encontrar soluções brasileiras para os problemas brasileiros, conforme colocadas pelo Chanceler Horácio Lafer em 1959.

Nada disso prevalecerá. O Brasil não tem tempo a perder. Com trabalho, coragem e determinação ele encontrará o seu destino de grandeza: ser a mais pujante e próspera democracia liberal do Hemisfério Sul.

E por qualquer perspectiva, da preservação ao desenvolvimento, da defesa à segurança, da História ao Direito, a nossa Amazônia continuará a ser brasileira. E nada exprime melhor isso do que a canção do internacionalmente reconhecido Centro de Instrução de Guerra na Selva:

À Amazônia inconquistável o nosso preito,
A nossa vida por tua integridade
A nossa luta pela força do direito
Com o direito da força por validade

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx via Forças Terrestres

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